segunda-feira, 26 de agosto de 2013

A Comunhão dos Santos


Nós amamos porque ele nos amou primeiro. Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão.” (1 João 4:19-21 RA)

Quero começar mencionando a alegria do meu coração por poder estudar e escrever sobre este assunto. E acredito que você também sentirá a mesma alegria, quando compreender o quão maravilhoso é estar unido a Cristo e aos demais irmãos.
O Credo Apostólico é objetivo ao tratar do assunto, pois afirma apenas crer na comunhão dos santos. Mas o que isso significa, e o que produz essa comunhão?
A comunhão dos santos é o resultado da união dos cristãos com cristo e, consequentemente, uns com os outros. Berkof e outros teólogos chamam esta união de união mística. Ela é assim chamada, por ser realizada pelo Espírito Santo de maneira misteriosa e sobrenatural (BERKOF, 2009, p.413). A Bíblia não nos explica como isso acontece, ela apenas nos afirma o ocorrido: “Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição,” (Romanos 6:5) e também usa algumas figuras para ilustrar essa união: A pedra angular (1Pedro 2.4-9); A videira e os ramos (João 15.5); A cabeça e o corpo (Ef. 4.15-16). A união mística é espiritual e nos faz participantes das conquistas de Cristo e, ao mesmo tempo, faz Cristo participante dos nossos pecados. Assim, essa união é a base da nossa salvação. “A união com Cristo está em cada fase da nossa salvação, desde o início até o fim. Tudo se realiza em Cristo.” (ROSS, p.20) Mas além dos benefícios pessoais concernentes a salvação, “[...] a união dos crentes com Cristo fornece a base para a unidade espiritual de todos os crentes” (BERKOF, 2009, p.418). Cristo é o elo que nos une como família e povo de Deus.
Alguns dos produtos da Comunhão dos Santos já foram rapidamente apresentados no parágrafo anterior. Mas agora veremos as implicações dessa união de forma mais visível, ou seja, na relação entre os santos, que são aqueles que Cristo justificou e santificou por estarem unidos a ELE. Segundo a CFW-XXVI-II. “Os santos são, pela sua profissão, obrigados a manter uma santa sociedade e comunhão no culto de Deus e na observância de outros serviços espirituais que tendam à sua mútua edificação, bem como a socorrer uns aos outros em coisas materiais, segundo as suas respectivas necessidades e meios; esta comunhão, conforme Deus oferecer ocasião, deve estender-se a todos aqueles que em qualquer lugar, invocam o nome do Senhor Jesus. |Ref. Heb.10:24-25; At.2:42,46; I João3:17; At. 11:29-30.” Essa é uma realidade muito séria e que por vezes tem sido negligenciada. A comunhão dos santos implica em justa cooperação por parte dos crentes, a fim que sejamos reconhecidos como povo de Deus. Não é opcional, aos que professam a fé cristã, ser ou não ser suporte uns para os outros. Os exemplos que temos da Igreja de Atos procederam assim e as recomendações de João em sua primeira carta são claríssimas: “Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade.” (1João 3:17-18). “O amor para com os outros é o distintivo e a prova de que o povo de Deus obedece a Cristo.” (ROSS, p.21)
“Devemos sentir a força da conclusão do apóstolo João: “Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte.” (1 João 3:14). É o amor que nos faz misericordiosos diante das necessidades do outro e é a falta de amor que faz a pessoa negligente (Mt.25.31-46).” (ROSS, p.22).
A união  com  Cristo  nos agracia  com a salvação  e nos constrange com o dever de amar, o qual é a testemunha da nossa salvação, e o que possibilita a comunhão dos santos.

Referência Bibliográfica
BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. Traduzido por Odayr Olivetti. São Paulo: Cultura Cristã. 3ª Ed. 2009. 720p.
ROSS, I.G.G. Curso Preparatório para  Pública Profissão de Fé. São Paulo: Cultura Cristã. Parte 2. 64p.

  

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